Para o excêntrico professor Otto Lidenbrock, encontrar um manuscrito antigo dentro de um livro raro não é simples acaso. É um desafio. Principalmente quando descobre que esse manuscrito é, na verdade, um roteiro escrito por Arne Saknussemm, célebre cientista islandês do século XVI, para uma das mais insólitas aventuras: uma viagem ao centro da Terra.
Na companhia do seu inteligente sobrinho Axel e de Hans, o corajoso guia, Lidenbrock parte em busca dos segredos das profundezas do planeta, onde nossos aventureiros deparam com rios de lava e criaturas pré-históricas, entre outras surpresas dessa fantástica jornada.
Júlio Verne, que já nos levou à Lua, ao fundo do mar e ao redor do mundo, nos conduz agora numa fascinante viagem, aonde certamente nenhum homem jamais conseguiu chegar: o centro da Terra.
Desde criança, Júlio Verne (1828-1905) já demonstrava espírito aventureiro. Tanto que seu maior passatempo era ouvir as histórias dos velhos marinheiros que perambulavam pelo cais do porto. Aos onze anos, arriscou-se numa primeira aventura. Fugiu de casa e se escondeu num navio cargueiro. Mas não passou da primeira escala do navio: seu pai o descobriu, e a aventura terminou com uma inesquecível surra de chicote.
Seu pai, cujos planos para o futuro do filho eram bem diferentes dos sonhos de Júlio — vê-lo formado em Direito —, não lhe deu outra opção a não ser estudar e tornar-se excelente aluno. No entanto, mesmo com os pés no chão, sua cabeça continuou viajando pelo mundo. Sua matéria predileta era geografia, e seu caderno vivia cheio de desenhos de mapas.
Quando jovem, Júlio Verne mudou-se para Paris, onde ignorou completamente os conflitos que aconteciam na França pós-Napoleão e participou ativamente da vida boêmia da cidade. Ficou amigo de grandes autores, como Victor Hugo e Alexandre Dumas.
Outra grande amizade que mudou a vida de Júlio Verne foi a do fotógrafo Félix Nadar, um apaixonado por balonismo, que o introduziu nessa mania francesa da época.
Júlio Verne escreveu então um romance sobre balonismo, que apresentou ao editor Jules Hetzel, um velho amigo de Nadar. E assim foi publicado o primeiro livro do escritor: Cinco semanas em um balão.
Em decorrência do sucesso da obra, Hetzel propôs a Júlio Verne um contrato de dois livros por ano, prontamente aceito e cumprido ao longo de quarenta anos.
Numa noite de 1905, já com setenta e sete anos, pediu à esposa que lhe trouxesse um exemplar de Vinte mil léguas submarinas, abraçou-se a ele, perguntou pelos filhos, fechou os olhos e morreu.